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Como você lida com o prazer quando se relaciona sexualmente com alguém?
Você é responsável por ele ou espera que alguém te entregue?

A origem dos nossos hábitos e das nossas crenças e a forma que habitamos o mundo já contam muito sobre quem somos. O prazer sexual feminino, por exemplo, não é autorizado até hoje. Mesmo que já existam muitos conteúdos compartilhados e disponíveis para que nós, mulheres, possamos explorar nosso prazer, isso tudo ainda é muito novo.

Se percebermos, algumas gerações passadas, vemos que a mulher não era autorizada para ter prazer. E esse desafio continua. O sexo era permitido apenas para reprodução.

Ainda se pensarmos na nossa história, as mulheres muito transgressoras que expressaram seu prazer sexual são casos raros. Temos muitas que fazem parte desse universo do prazer, da sexualidade e do ser uma mulher sexual. A escritora francesa Anaïs Nin foi uma delas.

Resgate da retomada do nosso prazer

Olhar para a nossa história faz com que entendamos muitas coisas sobre nós, por exemplo: saber como sua mãe e sua avó se conectaram ou não com o prazer, se faziam sexo por prazer ou apenas pra reprodução. Pesquisar esse assunto é algo que pode te contar bastante sobre a sua própria forma de lidar com esse tema.

Ao longo da minha investigação nesse assunto (dia a dia no consultório) e vivência pessoal, percebi que tudo impacta a forma como lidamos com o nosso prazer.

  • O histórico das mulheres que fizeram parte da nossa vida – seja da família ou não, mas que contribuíram para a construção da nossa identidade;
  • Resgate como recebemos as primeiras informações sobre as relações;
  • Nosso próprio histórico de sermos autorizadas ou não a viver o nosso prazer sexual.

Na nossa cultura, aprendemos que o homem é quem precisa ter a iniciativa de dar prazer para a mulher. Essa é a imagem vigente do nosso inconsciente coletivo e faz parte da nossa cultura heteronormativa.

Se você é ou não heterossexual, de alguma forma, isso está impresso em você. Se não é heterossexual, faça esse comparativo: onde essas relações heterossexuais estão impressas nas suas relações, na forma que você se relaciona sexualmente.

Olhar como essa cultura heteronormativa impacta as relações que não são heterossexuais é um ponto de investigação que eu tenho e me interessa muito saber.

Armadilhas e sugestões para autorresponsabilidade

Quando seguimos a linha de que o homem é o responsável por nos dar prazer, costumamos viver em uma ditadura: das mulheres que fazem como os homens. Se ele é bom de cama, quantas vezes você gozou naquela noite, e começamos a criar uma nova ditadura. Olhar para isso com aprimoramento é também combater o machismo em nós. Porque ele está muito presente.

Quando eu me dei conta que o outro não era responsável pelo meu prazer, eu pude assumir de verdade a responsabilidade pelo prazer que eu podia ou não sentir numa relação.

Refletir sobre isso pode trazer muitas respostas para o seu processo.

  • Observe quais foram as informações que você recebeu ao longo da sua vida. Como elas influenciam a sua responsabilidade de se dar prazer? Como é?
  • No seu caso, você entende tanto o seu corpo que pode construir com a outra pessoa ou você espera que a outra pessoa te leve ao orgasmo?

Precisamos perceber, em nossa jornada, como podemos lidar com essa autorresponsabilidade.

Mas e se percebermos que estamos colocando essa expectativa na outra pessoa em relação ao nosso prazer? O que fazer para nos responsabilizarmos? Aqui vão algumas perguntas para você observar e responder:

  • Você conhece seu corpo? Conhece os lugares que dão prazer dentro de você?
  • Você explora seu corpo e toda potência de prazer que ele tem ou fica esperando que outra pessoa te leve pra esse caminho?

Sentimos vergonha de explorar nosso corpo quando estamos com mais alguém porque aprendemos que esse é um lugar íntimo, mais reservado. Mas é muito gostoso fazer essa construção, acredite.

Te convido a experimentar essa descoberta com outra pessoa.

Me conta como você lê isso tudo? Esse é um assunto novo ou não em sua vida?

Assista ao vídeo que fiz sobre esse assunto:

Em maio, vou lançar uma nova turma da Jornada de Sexualidade. Tem uma lista de intenção. Se você tem vontade de participar, talvez você queira se inscrever. As pessoas cadastradas deverão ter algum desconto para as primeiras inscrições.

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O que é empoderamento e por onde começar?
Como medos, traumas e dores impactam o nosso prazer?