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Você já se sentiu insuficiente em algum momento da sua vida? É muito provável que você já tenha se sentido assim. Eu já me senti assim muitas vezes e recebo muitas mulheres no consultório que também se sentem assim, não se sentem boas o bastante.

Muitas vezes somos muito boas no que fazemos, mas ainda assim não sentimos que entregamos tudo aquilo que poderíamos. Perceba as seguintes situações:

Você já entregou bastante e teve a sensação que não entregou tudo o que podia?
Ou ficou com a sensação de estar em dívida, em débito com algo? Esse é um sentimento presente em muitas mulheres.

Por que sentimos que não somos boas o suficiente?

Estamos em um mundo que exige a alta performance o tempo todo: precisamos ser excelentes mães, amantes, profissionais – temos que ser as melhores em tudo o que fazemos. E tudo isso sempre no conceito hierárquico de competição. E às vezes não é questão de competir. Tem a ver com nossa referência de sentir que demos o nosso máximo.

Outro ponto que faz parte de não nos sentirmos boas o suficiente é que vivemos em um contexto social em que a educação tem, como base, o apontamento do erro, daquilo que não sabemos. Fazemos prova para ver no que ainda não estamos indo bem. Quantas vezes eu já ouvi do meu pai, quando mostrava para meu pai uma nota alta, que eu não fazia mais que a minha obrigação? É assim que ele aprendeu, me ensinou e se eu não parar para pensar, vou ensinar meus filhos da mesma forma. Tenho certeza que ele não fez isso para que eu me sentisse mal, mas sim para me estimular.

Essa forma de viver, onde a alta performance está sempre no centro das nossas relações, precisa ser revista porque está adoecendo muitas pessoas por causa do nosso alto nível de exigência. Eu trouxe este texto porque acredito em um mundo com pessoas felizes, que podem relaxar e serem quem são.

Exercícios práticos para se sentir suficiente

Compartilho três formas práticas e simples para você começar a trabalhar a sensação de suficiência na sua vida.

1) Deixe de lado sua necessidade de perfeição

Costumamos querer a perfeição o tempo inteiro, mas não somos perfeitas. Tudo aquilo que fazemos, mesmo buscando a perfeição, em algum nível vai ser imperfeito. E que bom! É sinal que foi feito por um humano. E os humanos são imperfeitos.
Perceba se é possível abrir mão dessa necessidade. É possível deixar algo imperfeito de propósito? Consegue sustentar um pouco o desconforto que pode ser entregar uma tarefa que não é considerada perfeita? Veja se isso é possível.

Veja o quanto é necessário ter esse nível de exigência. Muitas vezes a necessidade de perfeição é um vício. Observe isso em você.

2) Pare de se comparar com os outros

Cada pessoa precisa ser olhada dentro da sua diversidade. Há ações que funcionam para uma família que não funcionam para outra, por exemplo. A diversidade é muito rica. Somos pessoas diversas.

A questão de seguir um padrão, como a moda para o adolescente, costuma acontecer por conta da necessidade de pertencimento em um grupo (mesmo corte de cabelo, roupa, tênis). Como adultas, podemos usar outras estratégias. Não precisamos pasteurizar a nossa imagem; Sempre que entramos no lugar da comparação, perdemos.

Gosto muito de uma história que minha amiga Darlene conta, de um mestre dela que dizia: “Bergamota não nasceu para ser araucária”. Uma árvore não fica olhando para outra árvore e querendo ser igual. Nós nos comparamos o tempo todo e isso é muito cruel. O preço de ser igual ao outro é muito alto.

E é aqui que trazemos a importância da autenticidade: “Quanto mais eu me conheço, mais eu conheço o meu jeito”. Quando entramos no modo de performar, entramos em um personagem. Perceba: Qual é o seu jeito de se comunicar, de se expressar, de se vestir? Qual é a beleza disso?

Procure essa autenticidade em você. Isso é tão gostoso de descobrir! Hoje temos muitas formas de fazer essa descoberta. Seja nos alimentos – muitas vezes comemos por hábito; nas roupas, que muitas vezes a moda impõe ou próprio ambiente de trabalho impõe; será que são as roupas que genuinamente expressam quem somos?

Quando conseguimos olhar para o outro sem essa comparação, ganhamos um olhar genuíno em relação a ele e também a nós mesmas.

3) Identifique as vozes que estão dentro de você

Quando você ouvir uma voz dentro da sua cabeça soprando que você é insuficiente, pare um pouco para identificar de quem é essa voz: é sua; da empresa que você trabalha, de um líder, do seu pai, da sua mãe? Quem está falando dentro da sua cabeça?. Ao longo da nossa vida, ouvimos frases duras e boas. Frases que nos compõem e nos dizem sobre a sensação de suficiência e de insuficiência.

Observe e identifique um caso prático. Exemplo: se a voz identificada é da sua avó, faça um ritual interno e devolva essa frase a ela. “Vovó, muito obrigada. Eu te agradeço. Essa frase me compõe até hoje. Mas, a partir de agora, quero seguir sem ela. Sinto que quero experimentar como é viver sem essa voz”. Você devolve, agradece e toma sua força nas mãos. Você tem toda a capacidade de seguir seu caminho, de criar as frases que vão contribuir para a expressão da sua luz.

Costumamos ouvir e reproduzir frases que não contribuem com a gente, mas podemos mudar.

Assista ao vídeo sobre esse tema:

Se eu continuo fazendo tudo igual, vou continuar tendo os mesmos resultados. Se tem algo que não está bom na minha vida, preciso fazer algum movimento. Nem que sejam pequenos movimentos de mudança. Assim vou colher resultados diferentes.
Quais são os resultados que você quer para o seu futuro?

Eu não digo metas ou números. Qual é a sensação que você quer ter no corpo no futuro? Como você quer ser como pessoa, mulher no mundo? Quais habilidades você quer desenvolver para criar sua autenticidade? Olhe para isso e pergunte os movimentos que te inspiram para se aproximar dessa imagem. Pequenos movimentos que você sustente, sem metas altas que você acabe abrindo mão.

Observe, olhe e me conta como você ouve o que eu falo. Como esse vídeo reverbera em você? Você gosta ou fica com raiva? Isso é bom para sabermos onde estão as nossas resistências. Ele te inspira?

Se não sabe por onde começar essas mudanças, conheça dois mergulhos de autoconhecimento que realizo, que são Terapia e Terapia Breve.

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