Você tem ou já teve medo de engravidar?
Eu vivi isso por muito tempo. Comecei a minha vida sexual relativamente cedo. E tinha esse medo muito presente.
Era algo presente, mas não tinha ideia o quanto o meu medo de engravidar na adolescência impactava a minha relação com a sexualidade na vida adulta, mesmo estando em um casamento.
Eu tinha medo de engravidar porque eu vivi experiências com algumas amigas próximas que engravidaram muito cedo (com 15, 16 anos). E elas viveram momentos de muito julgamento e apontamento. A mulher quando engravida fora do casamento ou antes de se casar é muito julgada na sociedade em que vivemos.
Ainda hoje muitas religiões estimulam a virgindade como um valor. E a gravidez deflagra que somos seres sexuais, que praticamos sexo antes de casar. Na minha investigação pessoal, e a partir da experiência de muitas mulheres que acompanho, percebo que parte da nossa dificuldade de nos entregar para o prazer e de nos conectar de forma mais profunda com nosso parceiro ou parceira passa pelo medo que temos de engravidar. Esse medo não é só o de ter uma criança e bancar um filho. É um medo de sermos expostas, julgadas e excluídas.
E ninguém quer passar por um momento de exposição. É fato que uma gravidez expõe a mulher. Se não estamos em um relacionamento sério e não casamos, viver uma gravidez é ser exposta a um possível julgamento externo em uma sociedade que é muito cruel com a nossa sexualidade.
Reflita: “Como o medo de engravidar impacta a minha sexualidade?”. Faça essa pergunta mesmo que você não tenha mais medo de engravidar, que você possa bancar um filho e abrir esse espaço na sua vida. Como esse medo de engravidar no começo da sua vida adulta pode te impactar ainda hoje? Te convido a pensar sobre isso.
Assista ao vídeo que fiz sobre esse assunto:
Se você vive ou viveu isso, me conta. Gostaria de ouvir outras vozes e percepções sobre o tema. Te convido a ficar mais pertinho dos conteúdos que produzo, e a me contar quais outros conteúdos você gostaria de acompanhar por aqui. Vou gostar muito de trocar e aprofundar quais são as suas dúvidas e inquietações dentro do seu processo de autoconhecimento.
Leia também:
– Sexualidade e medo: você se sente livre pra ser você?
– Autonomia emocional: liberdade e prazer nos relacionamentos
Nossa, hoje acordei com essa reflexão.
Hoje tenho dez anos de menopausa, me separei logo depois de ter feito menopausa.
Fiquei um bom tempo sozinha acreditando que já tinha vivido tudo.
Hoje estou num novo relacionamento e tenho me surpreendido com minha sexualidade, com o prazer e disposição.
Estou me sentindo adolescente com toda carga hormonal dessa fase, embora a minha esteja super baixa. Não faço reposição.
É sim você tem toda razão o medo da gravidez permeou toda minha adolescência e grande parte da vida adulta.
Quando me deparei com seu texto tive certeza das minhas indagações.
Muito bom, gratidão.
Silvia, eu fico grata em receber sua partilha.
Tenho me surpreendido o quanto isso não é claro pra muitas mulheres.
Mas tenho ouvido outras vozes como a sua e isso me deixa feliz porque, juntas vamos construindo consciência e nos autorizando a viver uma vida mais leve e prazerosa.
Te abraço com carinho e celebro o prazer!
Anita