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Já teve dificuldade de sair de um relacionamento que não te fazia bem?
Sabia que não estava bom, mas não conseguia sair dele?

Essa situação costuma ser muito comum. Nascemos seres dependentes. Precisamos de alguém que cuide da nossa alimentação, higiene, sono.

Crescemos e demoramos pra conseguir dar conta da nossa própria vida. Algumas vezes conseguimos ter independência financeira, mas autonomia emocional é algo que não nos ensinaram.

Temos medo de perder o amor, de sermos abandonadas, de nos machucarmos e, por conta disso, abrimos muitas concessões.

Um olhar que trago para os trabalhos de sexualidade que realizo é o da autonomia emocional.

Algumas sugestões para desenvolver a autonomia emocional

Não é fácil desenvolver autonomia emocional. É um caminho de construção dia a dia, passo a passo. Tomar consciência das nossas dependências é um bom primeiro passo.

Quero deixar aqui algumas sugestões para quem quer desenvolver essa autonomia, que é um assunto que está muito presente nos meus trabalhos.

1) Identifique quais são as suas relações de dependência

Observe quais situações você se vê dependendo de alguém. Exemplos: para cuidar da sua casa, para buscar seus filhos na escola, ou se sente emocionalmente dependente de alguém.

Se você observar que não tem relações de dependência, perceba o que isso também conta sobre você. Ter relações de dependência não tem nada de errado. Mas se não tiver nenhuma relação, pode ser algum mecanismo de defesa. É importante olhar pra isso também.

2) Quais são as suas principais necessidades em um relacionamento?

Tenha clareza do que é importante para você em um relacionamento. Exemplo: parceria, liberdade, tempo de qualidade, demonstração de afeto, romantismo, ou não.

Saiba também como você pode se responsabilizar em relação às suas necessidades.
Alguns exemplos:

– Tenho necessidade de tempo de qualidade para estar com quem gosto. Eu tenho ou não tenho isso em minha vida?
– Posso ter clareza que uma necessidade muito importante pra mim em uma relação seja uma parceria que contribua financeiramente tanto quanto eu. Que não dependa financeiramente de mim.
– Pra mim, a manifestação de carinho físico é muito importante. Gosto muito de me relacionar com pessoas que demonstram o afeto por mim pelo toque.

Conseguiu identificar algumas necessidades?

Quando temos clareza das nossas necessidades, fica muito mais fácil comunicar para a outra pessoa o que está dentro de nós e também olhar para quem é que queremos que esteja do nosso lado.

Essa pessoa atende necessidades que são muito importantes pra você em um relacionamento ou não? Ou você abre mão de coisas que são fundamentais em sua vida para ter alguém do seu lado? Essas concessões costumam nos levar para relacionamentos abusivos ou para situações onde nos anulamos muito. E assim criamos relações de dependência emocional.

Por isso, é muito importante que tenhamos clareza de quais são as nossas necessidades em um relacionamento amoroso e como podemos comunicar isso desde o início da relação, primeiro pra nós, depois pro outro.

E se você está em um relacionamento longo e com necessidades que não são atendidas, chame essa pessoa para conversar. Fale sobre suas necessidades e como você se sente quando elas não são atendidas nessa relação. Ao fazer isso, lembre-se que é com clareza de que você é a pessoa responsável por atender as necessidades, comunicá-las e cuidá-las.

Alguns exemplos:

1) Se você tem necessidade de receber mais expressões de carinho e sua parceria não te dá, você é responsável por escolher o que fazer com isso. Seja entregar mais carinho pra si mesma, ou trocar de parceria.

2) Se você gosta muito de dançar, sabe que dançar te faz bem, mas sua parceria não gosta, é você quem deve fazer algo pra atender a SUA necessidade. Precisamos ter clareza que nossas necessidades são nossas e, sendo nossas, somos nós que temos que atendê-las.

Um pouco sobre o olhar do amor romântico

A dependência emocional passa, muitas vezes, por esperarmos que a outra pessoas nos cuide, nos supra, dê conta de tudo o que precisamos.

O amor romântico nos ensina que somos uma metade em busca de outra parte que nos complete e só assim seremos felizes, mas isso é uma grande ilusão.

Já refletiu sobre essa ideia, que traz dependência para as relações? É um formato de relacionamento que é o vigente em grande parte da sociedade ocidental. Ele tem a imagem da incompletude. Eu sou uma parte e a outra pessoa é outra. Juntos formamos um inteiro. Duas pessoas que não são inteiras, que quando se encontram, se completam.

Essa imagem é muito perniciosa e que, automaticamente, gera relações de dependência se não estivermos muito atentas. Isso porque, nessa dinâmica, buscamos no outro aquilo que falta em nós. E quando o outro vai embora, ele leva isso que nos completava junto dele e nos vemos numa situação de falta.

Como desenvolver o que você sente falta em você?

Se você sente falta de companhia, como você se torna a sua própria companhia? Só duas pessoas inteiras podem viver um relacionamento saudável – seja ele com um tempero romântico ou não.

A independência emocional só é possível quando duas pessoas inteiras se relacionam. E isso não quer dizer que elas não sejam frágeis, ou que não tenham necessidades não atendidas, mas elas sabem que isso não depende do outro e sim delas

Assista ao vídeo que fiz sobre esse tema:

Se você quer trabalhar a sua autonomia emocional em grupo, podemos fazer isso juntas, com outras mulheres, na Jornada de Sexualidade, que é um dos trabalhos que realizo. Em breve, vou abrir uma nova turma. Pra saber mais e participar, preencha a lista de intenção que te conto mais detalhes sobre ela assim que lançar o convite. Vai ser uma alegria te anfitriar num trabalho.

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