Há alguns dias, recebi esta pergunta pelo Instagram: “Como eu curo os meus próprios preconceitos para viver a minha sexualidade de forma livre?”.
Ela é muito boa porque, nós nos deparamos com muitos preconceitos quando entramos no caminho de estudar a sexualidade e de nos conhecer por meio dela. Temos consciência de muitos deles e outros não estão claros.
Mas o que são os nossos preconceitos? O preconceito nada mais é do que um julgamento e o que não conhecemos, ou que temos medo, julgamos. E a nossa sexualidade vem sendo negada por muitas gerações. A minha geração talvez seja uma das primeiras a se permitir viver uma sexualidade de forma mais confortável e consciente. E a geração da minha mãe e das minhas avós talvez tiveram menos recursos do que a minha geração.
Começo da cura dos nossos preconceitos
Só podemos curar um preconceito se colocarmos a mão nele. O que os seus preconceitos contam sobre você? Essa é uma pergunta que gosto de trazer para mim quando me deparo com algum preconceito.
O julgamento é um caminho natural de negação e a nossa sexualidade nos é negada desde que recebemos nosso primeiro sangue. A menarca (primeira menstruação) é o momento quando nosso corpo está maduro – e se torna um corpo produtivo – capaz de gerar uma vida.
A partir disso, começamos um grande caminho de relação com esses preconceitos. Menstruamos e logo nos deparamos com o medo de engravidar, privações, castrações. Não nos apresentam o prazer e sim as privações que começam a existir a partir daquele momento.
Olhar para os preconceitos e fazer movimentos de cura são ações importantes para quem quer ter uma relação mais confortável com sua sexualidade.
O que os preconceitos contam sobre a sua história? O que eles contam sobre sua família, sobre as experiências que você viveu dentro de toda a sua jornada como mulher? Investigue um pouquinho! Mergulhe nisso. Acredito que esse movimento irá te trazer grandes sacadas.
Mais investigações poderosas no caminho da cura
O que os seus preconceitos comunicam sobre seus medos e crenças? Eles te protegem de que? Ao fazermos essas perguntas, podemos entender melhor os nossos mecanismos.
Veja só alguns exemplos na prática:
- Você se sente ameaçada? Então, um caminho é trabalhar a sua sensação de segurança.
- Você sente que tem crenças que não são suas, mas que vieram da sua família, de quem te educou ou te criou? Então você pode sim fazer um rompimento e liberar essa crença e se apropriar do que é coerente com seus valores hoje.
Aceitar os preconceitos é um bom primeiro passo para quem quer começar a curá-los. E curá-los é um processo de autoconhecimento diário, devagar, de pequenos passos por vez. Nessa tomada de consciência, perceba: onde é que os preconceitos estão, o que eles te comunicam e do que eles te protegem. Essa pode ser uma investigação que vai te trazer leveza, liberdade para que você possa ser quem você é.
Assista só ao vídeo que fiz sobre esse tema:
Se você tem vontade de vivenciar, de investigar a sua sexualidade e de se conhecer a partir desse caminho comigo e com outras mulheres, te convido a conhecer a Jornada Vivendo a nossa Sexualidade. É uma jornada que vai começar em maio, em que vamos aprofundar nesse e em outros temas relacionados à nossa sexualidade. São 10 encontros – 1 vez por mês durante 10 meses. A cada encontro, seguro sua mão para que você mergulhe com segurança nesse e outros temas mobilizadores das nossas emoções.
Vou também fazer o Workshop Corpo e Prazer, para que possamos explorar nossa relação com nosso corpo e fazer as pazes com ele, com práticas e vivências. Se você quiser sentir um pouco o meu trabalho antes da jornada, ele também é um bom passo para isso.
Leia também:
– Como o passado pode influenciar a minha sexualidade?
– Autonomia emocional: liberdade e prazer nos relacionamentos.