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“Por que é tão difícil amar o nosso corpo?”. Essa pergunta é uma grande ferida feminina. Há algumas gerações nossos corpos são controlados por mecanismos midiáticos velados que nos fazem sentir inseguras.

Naomi Wolf, em seu livro “O mito da beleza”, diz que a indústria da beleza é a que mais influencia a autoestima feminina para o bem e para o mal.

Isso acontece desde que nascemos, na educação que recebemos como mulheres e também ao longo da nossa vida em que temos referências irreais nas mídias. São corpos que são considerados como padrão, que trazem uma referência distorcida para muitas de nós.

E essa é a minha grande ferida. Eu investigo esse tema há muito tempo no meu processo terapêutico individual. Estar em paz na relação com meu corpo e sentir de verdade que não tem nada de errado com ele é uma conquista recente.

Na prática, somos tão diversas se pensarmos na diversidade dos corpos, das cores, dos tamanhos…tudo! Mas se olharmos para os modelos de corpos expostos na grande mídia, vamos ver apenas meia dúzia deles. Hoje podemos perceber alguns avanços porque isso também vende e, no fundo, a indústria quer que sejamos grandes consumidoras.

Quanto mais nos sentimos mal, mais consumimos produtos para cabelos, pele, corpo. Tudo o que traz a sensação de nos sentirmos melhor. Isso não acaba nunca porque é um ciclo sem fim. Esse consumo não basta porque é algo externo, não é uma nutrição interna.

Se você quer investigar mais sobre o tema, é muito importante que entenda essa lógica. Que mundo é esse que estamos inseridas como mulheres? Como ele impacta a nossa autoestima? Como ele rege aquilo que pra mim é certo ou errado, adequado ou inadequado, gostoso ou não?

Você tem consciência dessas questões?

Para começar a amar o seu corpo

Vou deixar três sugestões para quem quer melhorar a relação com seu próprio corpo.
Por que não fazer as pazes com a pele que você habita?

1) Observe os comentários que você faz sobre seu corpo

Ouça, perceba, esteja atenta às vozes de julgamentos que passam por você todos os dias.

Quantos comentários depreciativos você faz pra você mesma ao longo do dia? Tome consciência deles. Veja se é possível parar de fazer esses comentários. E em um segundo momento, veja se consegue fazer comentários apreciativos da sua autoimagem. Faça isso desde que você realmente sinta. Não finja.

Isso porque o corpo entende a mensagem do sentir e não a linguagem verbal. Se eu não sinto, meu corpo não pode entender. Que tal começar esse processo apreciando partes do seu corpo que você realmente gosta?

2) Sinta gratidão pelo seu corpo

A linguagem do corpo é a do sentir. Veja se é possível se relacionar com ele com prazer e gostosura; sentir gratidão por esse corpo que você habita.

Por exemplo: na hora de tomar seu banho, faça um ritual de agradecer o seu corpo. Na hora de passar um creme, não passe simplesmente porque precisa hidratar a sua pele. Que tal também se alimentar e tomar sol com alegria e gratidão? São ações que parecem simples, mas são muito potentes.

Tente experimentar toda essa gratidão por esse corpo que permite que você sinta a vida por ele. Sentir gratidão faz com que sintamos gostosura, conforto e o corpo entende essa linguagem.

3) Siga perfis que inspirem a diversidade da vida e dos corpos

Muitas vezes nosso feed de informações e de imagens nas redes sociais têm um padrão e ele pode contribuir para essa sensação de inadequação. Observe seu feed e veja se ele é diverso e real: mulheres de tamanhos, jeitos e cores diferentes, mulheres que trazem mensagens diferentes. Isso pode ser muito legal porque podemos trazer novas referências e repertórios.

Assista ao vídeo que fiz para falar sobre o tema:

Fazer as pazes com o nosso corpo

Amar o próprio corpo é um ato de transgressão de um sistema opressor que controla e nos faz criar imagens ilusórias e distorcidas de nós mesmas.

Mulheres seguras e confortáveis dentro dos seus corpos consomem muito menos. Nos odiar é muito mais lucrativo para o sistema do que nos amarmos. Pessoas infelizes consomem muito mais.

Quando olhamos pra natureza, podemos testemunhar a quantidade de árvores diferentes que existem. E isso é lindo, inspirador, Por que não olharmos para os nossos corpos dessa mesma forma, apreciando a diversidade e a beleza que é sermos diversas?

Se você tem vontade de trabalhar a sua relação com seu corpo e com você em sua essência, te convido a participar da Jornada Vivendo nossa Sexualidade, que começará no dia 22 de maio.

Observe como você se sente, se isso te toca. Se quiser fazer isso em grupo, venha! Será uma honra acompanhar seu processo de fazer as pazes com a sua pele e com seu corpo.

Se preferir fazer esse caminho sozinha, também é possível. Me escreve que eu te conto como.

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