Por Anita Gomes
Eu sempre fui considerada uma pessoa espontânea.
Sempre recebi elogios por ser espontânea e entendi que isso era bom.
Mas fui crescendo e percebendo que, às vezes, minha espontaneidade feria as pessoas, incomodava, recebia olhares julgadores e, como alguém que quer ser amado e aceito, fui me moldando, me tolhendo, me contendo. Fui desenvolvendo mecanismo pra ser aceita, pra ser amada pelos outros e assim descobri como eu era boa de performance. E criei um personagem que era espontâneo, mas que não feria, que sabia a medida, que não passava os limites aceitos pelo mundo.
Até que um dia eu cansei.
Estava pesado demais ser “eu”.
Cansei de desempenhar um papel, cansei de fingir, cansei de performar e fui em busca de saber quem eu era.
Comecei a me investigar, a me reconectar com a minha essência e a aprender a ouvir minha Alma e quais eram suas necessidades reais.
Descobri um caminho mais leve.
Descobri que a gente não consegue e nem precisa ser amado o tempo todo.
Descobri que cada um tem uma expressão única e que, quando eu expresso a minha, eu contribuo pra construir o mundo que eu desejo.
Descobri que quando eu me autorizo a ser quem sou, autorizo também meus filhos a serem quem eles são, conectados com suas essências.
Descobri que adoro anfitriar processos de pessoa que passam pela mesma inquietação.
E descobri que ser espontâneo é uma delicia!
Que a gente possa viver cada dia mais em conexão com a nossa essência, livres da performance, sendo quem realmente somos!!