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Dia das Mãe, maio de 2020

Tanta coisa passa por mim no dia de hoje…

… tantas experiências da minha maternidade, tantas experiências como filha…

Somos tantas mulheres, vivemos tantas fases diferentes, tantas Vidas em apenas uma.

Quando me vejo mãe, são tantas as versões de mim que me atrapalho se tento reter na memória e só me entrego ao presente, sentindo no meu coração|corpo|ventre a presença do que isso significa agora.

Ser mãe é difícil pra caramba!

Já vivi tanta culpa, tanto remorso por, muitas vezes, não ser a mãe que eu esperava/imaginava ser, ou pela minha fúria me invadir e não conseguir contê-la em tempo e transbordar e…, já era…

Já senti muita raiva por ter que priorizar a necessidade deles enquanto a minha ficava de lado e de lado e de lado até que a necessidade se tornava apenas descansar…

Já tive vontade de sumir, de me trancar no quarto, de comprar passagem só de ida, de pedir pra parar de brincar disso…

Mas quando volto pro que eu sinto quando simplesmente estou com eles, quando apenas sinto o corpo deles no meu, em silêncio e conexão, vejo que não tinha caminho melhor pra ter escolhido. A intensidade da maternidade nos traz de volta a mulher selvagem, faz a gente olhar diretamente nos olhos da fera que habita nosso corpo. Faz a gente reconectar com o faro, com o instinto, com a visão que vê além e através e faz a gente olhar pras nossas sombras com toda nossa coragem, porque só tendo muita coragem pra olhar pra quem somos quando nos olhamos através dos espelhos/filhos que a Vida traz/proporciona.

E pensando/sentindo sobre ser mãe, me vejo filha e me pego olhando essa foto no colo da minha mãe. Quais será que foram os desafios que minha mãe viveu enquanto mãe? Quanto de ira eu despertei nela? Quanto de amor brota do coração dela quando ela me olha? E quando ela olha pros meus filhos? E como será que ela lidou quando eu saí de casa e quando meu irmão se foi também? E agora, como será que está sendo pra ela envelhecer, ser avó, ser mãe e também filha? Olhar pra mãe dela envelhecendo?

Que bonita essa Vida que faz a gente nascer de um corpo, carregar nossa mãe em nós, mas poder ser outra coisa pra além dela, com ela contida em mim, mas sendo eu e poder olhar pra minha filha (e filho) e me ver contida ali e saber/sentir que ela me carrega como estrutura/base/valores, mas isso só serve pra ela poder ir além… e além… e além…

… e assim vamos criando o Mundo que queremos viver, como ancestrais que somos das futuras gerações… integrando luz e sombra, feminino e masculino em nós e no mundo.

Que a gente possa dançar com leveza e prazer a Dança da Vida com nossas mães, avós, filhos e netos pisando com respeito esse solo sagrado da Mãe Terra.

Feliz Dia! Feliz Vida! Feliz Ser inteiro na luz e na sombra, como somos, sem vergonha, nem culpa. Só sendo…