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O que é trabalhar o feminino? Para esse assunto, vamos falar do feminino como princípio e não como gênero. Além disso, é importante dizer que ele é um mistério. Nós o sentimos mais do que o entendemos porque está no campo dos mistérios, em que nós só investigamos, flertamos e nos conectamos. Nunca sabemos exatamente sobre eles.

O feminino é meu campo de investigação há muitos anos. E, nessa jornada, eu fiz um filme chamado “O Resgate do Feminino Sagrado”, que é um documentário que foi meu trabalho de conclusão de curso da pós em psicologia transpessoal que fiz em 2014. Ele é um olhar sobre esse assunto. Existem muitos outros olhares. Abaixo, você pode assistir ao filme completo, caso queira conhecer um olhar sobre esse tema:

Princípios yin e yang

Quando falo sobre o feminino, gosto de começar trazendo algo que a cultura oriental traz muito que é a imagem do yin e do yang. Para mim, o princípio feminino e o princípio masculino estão presentes em toda a natureza.

E por que a gente começou a falar sobre isso? Porque vivemos um momento de desequilíbrio do masculino e do feminino dessas duas energias, desses dois princípios. Dizem os historiadores que existiu um momento em que a sociedade se organizava de uma forma mais harmônica. Esse período foi chamado de período matriarcal.

Existem outros conceitos para isso. Vivemos estruturalmente como sociedade patriarcal há cerca de 5.000 anos e há 5.000 anos que o poder, falando de gênero, o poder da mulher é perseguido de formas muito diferentes, mas onde não tem um lugar de igualdade perante a sociedade.

Vivemos um momento em que as pessoas têm investigado muito sobre isso. O feminismo veio com tudo e trouxe essa clareza de que as mulheres precisam ter um lugar de igualdade dentro da sociedade. Quando falamos sobre o resgate do feminino, sobre trabalhar o feminino em nós, precisamos entender um pouquinho de história e de como é que os princípios feminino e masculino atuam na natureza e na vida.

Quando falamos do funcionamento do princípio feminino e masculino no mundo, na natureza, no nosso dia a dia: cada princípio tem características e qualidades muito específicas. Quando falamos do yin, temos características, qualidades, como acolhimento, receptividade. É algo para dentro, de não movimento. Características que levam a gente para estados mais silenciosos, mais introspectivos. O não movimento esse lugar de vazio, do escuro.

E quais são características mais yang? Quais são características mais masculinas como princípio? Ação, movimento, assertividade, planejamento, visão são movimentos para fora. É como se a gente falasse que o yang são energias que levam a gente para fora, para o mundo externo para planejar, executar, fazer. Tudo isso é regido por uma energia masculina em uma energia yang.

Por que trabalhar o feminino?

Por que falamos tanto em trabalhar o feminino? Em resgatar o feminino? O que é isso e por quê? A nossa sociedade tem, como base, princípios masculinos. Ela se organiza, primordialmente em torno de princípios masculinos. Temos como qualidades ou características bem vistas: a proatividade, a ação, o planejamento, a execução, a assertividade. Todas elas são características masculinas, yang.

Elas são formas que são aceitáveis, que são valorizadas, aquilo que a gente busca. Se você participa de um processo seletivo, todas elas serão avaliadas. Se busca alguém para contratar, você avalia se essa pessoa é proativa, se ela tem iniciativa, se ela tem uma capacidade de visão de planejamento, de engajamento, de autonomia. São habilidades masculinas.

O que acontece quando nós, mulheres, vivemos num ambiente que nos exige o tempo todo energias yang? Isso é um pouco mais fácil para o homem. Não quer dizer que não seja desafiador, mas a natureza do homem teoricamente tem mais facilidade para lidar com energia yang do que nós mulheres.

Quando uma mulher está imersa nesse mundo, ela chega em casa e tem que fazer, fazer, fazer. Já no trabalho ela tem que entregar, entregar, entregar. Precisa ser assertiva, ter uma visão clara do próximo passo, ser estratégica. Essa mulher se sobrecarrega, tem uma overdose de energia yang. Sobram pouquíssimos espaços para as energias yin, para o princípio yin, para o princípio feminino.

Quando eu falo em trabalhar o feminino, é encontrar um caminho de equilíbrio entre os princípios feminino e masculino em mim. Como encontrar esse equilíbrio na minha rotina para depois conseguir fazer isso em mim, no meu pequeno mundo, começo a impactar meu mundo externo?

Ações para nutrir o feminino

Eu vou trazer sugestões muito simples que a gente pode começar a fazer para nutrir, pra convidar o feminino, a energia yin para chegar. Se fizer sentido para você, sinta como isso pode entrar na sua vida, para que esse equilíbrio aconteça. Neste momento de pandemia, em que estamos dentro de nossas casas, em que estamos para dentro, é um bom momento para a gente tentar exercer esse olhar.

Qual é o equilíbrio, para mim, entre o princípio feminino e o princípio masculino? Na minha vida, trabalhar o feminino é trabalhar esse equilíbrio, encontrar uma forma de viver o yin e yang em mim equilibrados.

Preparei aqui algumas formas que eu oriento nos meus trabalhos de grupo e também nos meus trabalhos individuais, como terapeuta, para trabalhar o feminino em nós.

1) Desacelere e encontre pausas

A primeira forma de trabalhar o feminino é encontrar pausas ao longo do seu dia. Se você tem uma rotina ou um modo de funcionar de fazer, fazer, fazer; emendar uma tarefa na outra, como você pode fazer pequenas pausas? Não precisa tirar uma hora. A sugestão é que faça pequenas pausas para respirar ou ficar sem fazer nada.

Se o princípio masculino é ação, uma forma de trabalhar o feminino é a não ação. Algumas formas de pausas ao longo do seu dia:

  • Pausas para respirar depois do almoço;
  • Fazer a “ciesta”, aquela sonequinha depois do almoço;
  • Sentar, respirar e não fazer nada. Nem olhar no celular porque já seria fazer algo;
  • Tomar um banho com a luz apagada, acender uma velinha, botar um cheirinho, um aroma gostoso e ficar no silêncio;
  • E outras que você sentir que são opções boas para você.

Encontrar espaços de silêncio é muito importante. Tudo aquilo que faz você fazer pausas são formas trabalhar o feminino, de trazer o feminino para sua vida.

2) Coloque em prática o olhar apreciativo

O que é um olhar apreciativo? É buscar o belo nas coisas. Seja o que for. Se estou na rua e eu me deparo com uma árvore muito florida, eu paro, aprecio e me deleito com aquela imagem. Outra possibilidade é trazer aquela imagem como nutrição. Nutrição é um princípio muito feminino: olhar para as coisas e apreciar. O princípio crítico é muito masculino.

Apontar os erros é algo muito masculino. Como posso olhar para as coisas ao meu redor, na minha vida e apreciar? Quando eu olho no espelho de manhã, de tarde ou de noite, eu olho e vou buscar normalmente pontos a serem melhorados, vou fazer críticas, ou me olho no espelho, eu busco ver beleza e trazer apreciação? Essa é uma forma muito potente.

Quando você se olhar no espelho, na próxima vez, veja se é possível trazer um olhar apreciativo, fazer um comentário que contribua e não que te rebaixe.

Quando você olha para uma criança que está aprendendo ou para o seu filho e ele está fazendo algo “errado”, ou algo que ele ainda não aprendeu, ao invés de criticar, ao invés de fazer um comentário crítico, como você pode trazer um olhar apreciativo?

O que é apreciável naquela cena e como posso nomear isso? Tudo aquilo que leva para apreciação, para o embelezamento, pode te trazer para o princípio feminino, para o mundo feminino.

3) Conecte-se com seu corpo

Como podemos fazer isso? É observar o nosso corpo. Essa é uma grande chave de empoderamento: a escuta do corpo.

A observação do corpo só pode acontecer se a gente está no momento presente. Para estar no momento presente, eu tenho que estar no eixo entre o que está fora e o que está dentro. Se estou muito para fora, eu estou yang. Se eu estou muito pra dentro, eu estou yin. A presença ali, estar no presente, observar o corpo, me traz presença, um equilíbrio, um eixo entre o yin e o yang.

Isso é muito legal para trabalhar o equilíbrio entre o princípio feminino e masculino. Por que é legal também escutar o corpo, observar o corpo? Porque eu fico preparada. Se uma dor nova chega, eu estou atenta, posso conversar com aquela dor, entender o que ela quer me contar e posso atuar nela, fazer algo para que ela vá embora ou para que se integre, para que meu corpo volte a funcionar sem dor. Porque esse deveria ser o nosso estado natural.

Quando eu estou atenta ao meu corpo, estou no presente e no equilíbrio entre o yin e o yan. Nesse lugar, eu sei exatamente qual é o melhor alimento, quais são os melhores movimentos, qual é a quantidade ideal de sono, qual é a forma mais saudável de trazer saúde para o meu corpo.

A escuta do corpo, estar no corpo e observá-lo faz com que fiquemos no momento presente. Estar no presente é uma arte de equilibrar o yin e o yang, o princípio feminino e o princípio masculino.

É isso que eu queria trazer hoje. Essas três formas de se conectar com o feminino e com masculino. Se você tem outras formas e quer compartilhar comigo, se você tem dúvidas sobre isso, se você quiser aprofundar esse trabalho, você pode entrar em contato comigo.

Um dos trabalhos que eu faço é o Coaching do Feminino. É um processo de coaching com começo, meio e fim, em que mergulhamos profundamente nesse tema e entendemos como o feminino acontece na sua vida e como é encontrar o equilíbrio entre o feminino e o masculino para você.

Para mim é uma forma e para você é de outra. Esse é um dos trabalhos que eu faço com muita alegria, que eu gosto muito de fazer e se você se interessar por esse ele, entre no meu site.

Assista ao vídeo que publiquei no meu canal no YouTube sobre esse tema: